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propria (no Outono) tirada dos ramos mais delgados, e secca promptamente ao Sol: mas de algum molo se tem desacreditado, pela terem applicado na força do accesso, ou estado estenico das febres; mas o que mais tem abatido o seu credito, tem sido o interesse dos que a colhem, que alem de não escolherem estação propria, cortão Quineiras, tirando as cascas dos troncos sombrios, amontoando-a no xão, onde se altera pela humidade, acabando depois de destruir sua virtude, torrando a em fornos; razão porque devem obrigados os que foren encarregados de sua extracção a colheramna no Outono, nos lugares mais seccos, expostos ao Sol, cortando os ramos, e tirando a d'ellas, para que as Quineiras produzão outros novos, que no fim de tres annos darão huma Quina superior: sendo colhida com estas cautelas cada arroba polerà custar 1$800

reis.

ser

Quina do Sertão. (Generɔ novo) - Arvora que só differe da Qui• na do Perú em produzir uma baga socca em lugar de capsula; sua casca he de sabor amargo, agradavel, adstringente; mastigando se desfaz se na boca sua virtude febrifuga he eficaz para curar todas as febres de acesso, pois sempre usei della com feliz successo, tanto em Goyaz, como em Piracatu, dando-a em pequenas doses em pó de duas em duas horas na intermissão, e remissão das mesmas febres; he tonica, antacida, muito proveitosa para neutralizar o gaz acidocarbonico, que se desenvolve no estomago, e para mitigar as colicas de indigestão: da-se em pó de graos dez até meia oitava; e para destruir os accidos mastiga se, e engole se com a saliva. Sua extracção pela abundancia, que ha de arvores na Comarca de Sabará, e Goyaz poderá custar cada arroba 800 réis.

A rezina do Pinheiro do comercio muito provei

Rezina de Pinheiro. (Pinus Brasiliana) Brasil pode ser pelo tempo hum genero de toso, porque todos os matos desd'a Campanha até a Cidade de S. Paulo quasi que não constão de outras arvores, e com muita facilidade se lhes pode extrahir a rezina em grande quantidade, que he de melhor qualidade, que a que nos trazem da Europa; pode se lhe ex. trahir oleo, fabricar alcatrão, a negro de fumo, não só para consumo em todo o Brazil, como para se exportar para outros Reinos,

Velame. (Croton lacciferum) - Esta planta tão recommendada pelos curiosos para as doenças venereas, tem sabor amargo, acido, sem cheiro sensivel: usa-se como diuretica, e depurante em infusão ou cosimento.

Todas estas plantas, ou seus productos podem ser adquiridos com muita facilidade, e economia, encarregando aos Commandantes dos destacamentos de Indayá, Abaeté, Piracatu, e aos das Divisoens do Rio Doce, para mandarem fazer sua colheita, por serem muito conhecidas em todas estis partes; assim como tambem mandarem outras muitas, que cs Sertanejos tem descoberto, e se tem acreditado por

suas virtudes; mandando juntamente de cada huma destas hum ramo com flores, e fructo bem estendido, e secco entre folhas de papel pardo, para se conhecer a que genero pertencem.

Tambem devo advertir que de todas as plantas, ou seus produ ctos declarados na lista retro, exceptuando a Ipecacuanha, Contr: ierva, e Quina, não correm em cómmercio, nem della se faz uso nas Boficas, não só pela ignorancia dos Farmaceuticos, como tambem porque até o presente nenhum dos Naturalistas Botanicos, que S. Magestade e Alteza Real tem mandado ás Minas, tenha analyzado a pro priedade de alguma planta, e mandado por em pratica. Os mesmos Medicos, e Cirurgioens das Villas, e Cidades afferrados á antiga roti na, somente receitão os remedios, que se achão nas Boticas, importados da Europa, pela maior parte arruinados por sua antigui dade.

Agora pelo grande amor, e zelo, com que Sua Alteza Real dezeja felicitar os seus povos, he que poderia fazer progressos a Materia Medica nas Minas, mandando, que se remettão todos os productos Medicinaes, que o acaso tem descoberto, aos Hospitaes Reaes da Corte, para lá melhor se analysarem suas propriedades, e virtudes Medicinaes, e se porem em pratica.

He o que posso informar. · Villa Rica, 28 de Setembro de 1813. Caetano Jose Cardoso Cirurgião Mór aggregado ao Regimento

de Linha.

DR. DIOGO PEREIRA KIBEIRO DE VASCONCELLOS (→

(Notas genealogicas)

O D. Diogo nasceu e foi baptisado em Santo Ildefonso da Cidade do Porto. Tendo fallecido no Rio de Janeiro a 19 de Setembro de 1812

com 52 annos, a sua éra foi a de 1760.

Pelo que diz do Padre Paschoal de Mattos, famoso lente de latim no Seminario de Marianna, que foi seu mestre, o D. Diogo veio para Minas muito cedo, em companhia de seu avô o Sargento Mór Jacyntho Pereira Ribeiro, que residiu em Ouro Preto e teve lavras em Congonhas do Campo.

O Sargento Mór Jacyntho foi casado com D. Anna Maria de Jezus, consanguinea do Conde de Valladares, que parece ter influido

Com relação ás importantes memorias do Dr. Diogo, publicadas nesta Revista ( Anno VI Fasciculos I e IV), recebemos ainda do illustre auctor destas NOTAS GENEALOGICAS a seguinte honrosa carta que foi publicada no n. 112 do Minas Geraes, de cujas columnas a trasladamos para esta pagina:

do Archivo Pu

«lllm. exm. sr. dr. Augusto de Lima. Na Revista blico Mineiro, ultimamente distribuida ( Anno VI Fas. I e IV) que de passagem e sem lisonja direi é um primor no seu genero, que nunca haverá mais rico e bem dictado em outra parte, vejo reimpressa a Monographia do dr. Diogo Pereira Ribeiro de Vasconcellos ( Breve Descripção Geographica, Physica e Politica da Capitania de Minas Geraes), e não só reimpressa, mas ainda esclarecida por v. exc., que lhe infundiu, com 0 prefacio, o calor vivo de seu abençoado talento.

Como, por arte de um falsificador, o manuscripto ficou em duvida, sendo necessario haver argumentos para ser ao dono restituido, aos de v. exc. tomo liberdade de accrescentar um, que embora pertença ás memorias intimas, poderá ser verificado na Secretaria do Governo, onde já vi os documentos respectivos. Alludo ao facto de ter o dr. Diogo administrado os serviços diamantinos de Abaeté, como juiz intendente, pelos annos de 1798 a 1804. Sendo isto certo, chamo a attenção de v. exc. para o seguinte trecho da obra ( f. 852):

para que viessem, quando elle veio governar a Capitania das Minas Geraes.

or

Do cazal do S. M. Jacyntho e D. Anna Maria nasceu D. Anna Jacyntha da Natividade Figueirôa esposa do Coronel Jeronymo Pereira de Vasconcellos. Destes, nasceu o D.or Diogo.

Formou-se este em Coimbra em 1783, e voltando para Minas cazou se om Marianna com D. Maria do Carmo Barradas, filha do D.or João de Souza Barradas (no 1.o de Junho de 1735, morto a 4 de Maio de 1820), primeiro natural de Minas formado em direito na Universi dade, cazado em Verride com D. Jacyntha Maria da Fonseca Tava redo e Silva (morto a 27 Maio de 1813).

O D.or João Barradas era natural da Taquara Queimada, baptisado na Villa do Carmo, filho do Coronel José de Souza Moura e de D. Eugenia Maria do Carmo de Moraes Carneiro, o Coronel ( fallecido a 7 de Junho de 1750) foi natural de Inhauma, filho de Manoel de Souza Barradas e D. Antonia Sozate de Moura ; D. Eugenia, ( fallecida em.... 1778 ) natural de N. S. das Angustias da Ilha do Fayal, filha de João Pereira Luiz e D. Antonia da Guia de Moraes Carneiro. Esta falleceu na Taquara a 22 de Junho de 1760 e veio a ser sepultada em Villa Rica junto ao marido.

D. Jacintha esposa do D. Barradas ora natural de N. S. da Conceição do Couto de Verride, tilha de Balthazar da Fonseca Marques da Silva e de D. Antonia Maria Cardoso de Castello Branco.

FILIOS DO D. BARRADAS

r

1 D. Fernando Luiz de Souza Barradas da Fonseca e Silva, Jurisconsulto, Estadista, Ministro e Par do Reino, n. em Portugal, veio creança, e falleceu em Lisboa a 23 de Janeiro de 1841.

<< Outros aventureiros extrahiram destes rios ( Indayá e Abaeté diamantes de 2 e 418, e a nossa administração apresenta dois de vulto sobre 25 outros de premio, e 29 de galarim, etc..

Está, pois, bem claro que é o auctor da Monographia, si outros argumentos não o comprovarem.

Em relação ao dr. Diogo já offereci á v. exc. as notas genealogicas, e, pois, que falamos do tempo em que serviu no Abaeté, ajuntarei que sua filha d. Dioguina Maria, ha poucos annos fallecida, alli nasceu em 18)2. Saudando á v. exc., faço sinceros votos que Deus conserve a sua preciosa saude para continuar a enriquecer o patrimonio de nossas lettras. Sou com toda consideração.

De v. exc. velho e humilde criado obrigado.

concellos.

Agua Limpa, 22 de abril de 1902. »

Diogo L. 1. P. de Vas

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