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O' Terra Mineira bemdita, para cujas montanhas envoltas em fumo, volve olhos de pranto a Patria, como tu enlutada; recebe guarda mais esse despojo sagrado das luctas da liberdade, do dever e da abnegação; embalsama-o com as essencias mais peregrinas da tua ficra preciosa; agasalha o no seu ultimo leito, forrado dos louros das grandes victorias e aberto nesta paragem luminosa, com aquelle mesmo carinho que tiveste embalando-lhe o berço de innocente ás auras doces do Sapucaby; embebe-lhe bem os poentes do campo santo nas infinitas iriações dos metaes e pedrarias da parte virgem do teu thesouro subterraneo, e tinge-lhe as manhãs do tumulo com a melhor purpura do sangue dos teus martyres.

Que toda a prata do teu luar, que viu scismar os primeiro colonos na doce paz dos teus campos ainda desertos, todas as estrellas da tua grinalda, testemunhas dos sonhos dos Inconfidentes; as symphonias das tuas aves, alados echos dos cantos dos teus poetas; todo o ouro candente do teu sol, que aqueceu o civismo dos teus campeões; que, emfim, a natureza inteira se forme, para que a tua alma, alma de todos os heroes antepassados, levante nos braços de luz e amor, braços de cruz triumphante, do teu filho até o seio do Creador, cuja provi. dencia infinita, por suas preces, echos do seu patriotismo na vida, ha de baixar å terra em chuva de bençams para a prosperidade da Patria, por quem elle viveu e morreu.

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DOCUMENTOS RELATIVOS AO COLLEGIO

DO CARAÇA (*)

Informação do P. Leandro ao Governo sobre o Collegio do Caraça (1835)

(Continuação)

Illm. e Ex.mo Snr. Presidente.

Tenho presente o Officio de V. Ex.ca de 22 de Dezembro proximo, emq.' V. Ex. de mim exige: 1. Huma Copia dos Estatutos porq.' se regem os Collegios: 2.° Qual o numero de Seminaristas, e alumnos que tem frequentado em todos os annos athe opresente 3.o Emq.' consistem os redditos do Collegio, e aq.to montão annualm.te 4.0 Que bens de raiz possue com declaração de seus valores: 5.0 Finalmen. te aqto tem montado a sua despeza annual, e emq.to se calcula a do anno proximo futuro.

Não satisfiz logo a requizição de V. Ex.ca por esperar informa. ções do Collegio de Matozinhos de Congonhas do Campo, a cujo Sp.or officiei, e tenho a honra de enviar inclusa a V. Ex. aparte que recebi.

Respondo por tanto a V. Ex. 1.o com huma copia dos Estatutos porq.' se regem os Collegios q.' a Congregação da Missão dirige tendo de observar a V. Ex. q.' estes mesmos Estatutos ja foram exigidos por essa Presidencia haverá quatro annos, e approvados pelo Conselho Geral.

Respondo ao 2.o com o mappa incluso, onde se vê, q.' o numero

() Vide Vol. VI, pag. 506 desta Revista.

(N. da R.)

de Cursistas das Aulas de Primeiras Letras, Gramatica Latina, e Franceza, Geometria Filosofia, e Musica desde 1821 athe 1834 monta a 1535 Cursistas. O Collegio de Congonhas desde 1828 athe 1834 conta 905 Cursistas das mesmas aulas sendo a suma de ambos os Collegios a de 2440 Cursistas.

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Respondo ao 3. q. este Collegio da Serra não tem rendas algumas q.' lhe sejão proprias porq.' os Estudantes se sustentam, e vestem ásua custa; a excepção de 14 q.' acaza sustenta por obrigação e mais alguns que costuma sustentar por caridade. Pelo q.' os redditos comq.' se sustentão os Estudantes não são do Collegio, mas sim dos Estudantes, q.' se bem o dão, melhor o gastão; ou são da Congregação q.' sustenta 14 Estudantes por obrigação e não poucos por caridade. Permitta-me porem V. Er. o dizer-lhe que a obriga. ção q.'a caza da Congregação tem de sustentar os ditos 14 Estudantes he em consequencia de hum onus q.' tem em huma Fazenda de Campos, sita na Farinha podre, Onus que athe apresente se tem cumprido.

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Convem finalm.te aqui declarar que a Congregação da Missão nem pela sua fundação, nem por outro algum titulo he obrigada a dirigir Collegios, ou a ensinar nelles : mas logo desde o principio se prestou a huma tal tarefa pelas instancias que se lhe fizerão, epelo desejo q.' a Congregação sempre teve de ser util ao paiz q.' habita. O Collegio de Congonhas tambem não tem randas propriamente suas mas o Sanctuario he quem aprompta o Collegio, e sustenta os Mestres, e Directores.

Respondo ao 4.° q. este Collegio da Serra, não tem alguns bens de raiz pois os bens q.' ha nesta Serra, como húa Fazenda de campos q.' ha no Sertão da Farinha podre, tudo he Patrimonio da Congregação da Missão. He verd.e que por representação do Conselho Geral desta Provincia foi decretada na Lei do Orçam.to de 1833 a quantia de 2003000 rs. como ajuda de custo para cada Collegio da Serra, e de Congonhas, mas só em parte se recebeo huma tal quantia.

Respondo ao 5.° q.' adespeza q.'os Estudantes fazem como he por sua conta delles, ella varia sempre, ou em razão de economia com q.' vivem, ou da abundancia, e carestia do anno corrente: e se o Collegio se incumbe de os prover de sustento, emais despezas, isto depende de contratos particulares entre o Collegio, e Estudantes ou seos Pais e Curadores a q.m sempre se dá contas. Pelo q.' tendo em vista a despeza de hum anno, della não sepode calcular a do anno q.' se segue, q.' não só depende das cauzas allegadas, mas tambem de maior ou menor affluencia dos Estudantes, q.' todos vivem dentro do Collegio. O q.' levo dito deste Collegio da Serra om.me succede no de Matozinhos de Congonhas.

São estes os esclarecimentos q.' se me offerece dar a V. Ex.a, e sempre estaria prompto a dar outros quaesq. q.' demim se exijão, e eu esteja ao facto.

Serra 18 de Janr. 1835.

Ill.mo, e Ex.mo Snr. Presidente da Provincia.

De V. Ex.a

Muito respeitador e servo
Leandro Rebello Px.to e Castro.
Sup.or Geral.

Regulamento do Seminario da Imperial Caza de N. S. Mãi dos Homens na Serra do Caraça

Noções Preliminares

Huma caza de educação bem organizada he hum grd.e thesouro p.a a Igr. e p.a os Imperios: n'ella a mocidade ao m.mo tempo q.' adquire as sciencias, forma o coração sobre a forts baze, a virtude e deste modo felicita a si m.. e torna-se util á sociedade; he nas cazas de educação, aonde hum moço mais facilm.te conhece sua natural vocação, o q. muito convem p. os progressos da vida.

E q.tos

se tornam infelices por errarem a vocação !

Q.tos Ecclesiasticos q.' deverão ter outro estado, e q.tos em outro estado que deverão ser Ecclesiasticos ? Quantos males não observamos na sociedade p. não attender-se à vocação? Sendo nós obrigados por natureza, e por instituição não sò attender a nossa felicidade; mas tambem a fazer nos uteis á sociedade, e á lgr.a; e como os fins se não podem obter sem os meios proporcionados, e não pode haver ordem sem regra, nem sociedade sem leis, he p. isso que depois de mu.ta meditação, e depois de ponderar o q.' pode haver de inconveniente nas cazas de educação me animei a dar p.r escripto as presentes regras as quaes praticadas nos formarão grandes diante de Deos e dos homens. Observai-as, pois, porque ellas vos felicitarão, e yos guardarão,

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